sábado, 26 de março de 2011

        
Um sentimento cru, seco. Me impressiona o quanto ele se parece com o ódio, mas tem mais ares de vingança. Me perturba saber que a culpa disso tudo é sua. É, sua. Foi você que plantou aqui em minhas entranhas geladas essa semente chamada amor. Você, que fez florescer algo de bom em campos inférteis. E de repente, você vai embora. Deixando aqui, uma plantação inteira, cheia de luz, para cuidar. Desse amor que tu plantastes, deixou algo muito ruim quando se foi. Uma erva daninha. Quem vai tirar de mim, essa praga nomeada amargura? Quem irrigará com carinho esse imenso amor que sinto? Isso, que corrói tudo que há de bom, e tudo que tu, meu amado, deixou aqui. É, agora tu me julgas pelas palavras do passado, pelos nãos que eu te falei, mas eu era fria, sonho meu! Eu era vã e tola, eu achava que não amar me fazia melhor, que negar o que sentia por ti, me deixaria sã, lúcida. Acontece que isso me matou aos poucos, não havia sanidade e nem lucidez e decidi me entregar. Agora tu, alegando fatos passados, resolve ir embora. E deixa me aqui, com uma planta que nem eu, nem ninguém, pode cuidar sozinho.

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